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segunda-feira, 7 de junho de 2021

INFÂNCIA - OBRA DE 1978



 JORNAL DIÁRIO DA MANHÃ DE 25/7 /1978

A obra fotografada na reportagem acima “Infância”, não sobrou também nenhuma foto dela a não ser a da reportagem. Retrato uma criança com um carrinho de brinquedo atado a um cordão na mão, que era brinquedo recorrente de minha infância, e uma bola de futebol ao lado. A criança olha para uma casa que esta a sua frente. 

A casa lembra um rosto onde a boca é uma porta fechada e as janelas os olhos. Dessa porta sai uma estrada que passa ao lado da criança. Ao lado da casa tem uma outra casa com uma cerca de arame onde se pendura uma nota musical. Por trás destas casas em primeiro plano, tem prédios, uma lua, morros no horizonte, uma estrada que sai da casa, que seria a continuação do caminho da frente. Uma pipa no céu e ainda um poste de luz.  

Esta obra nos traz reflexão sobre a vida. Talvez a criança seja eu mesmo, que esta diante ao momento de encarar a vida adulta e deixar os brinquedos para trás. 

Reforçando talvez uma ideia sobre mim mesmo, me colocando no lugar da criança, olho pra vida que vem pela frente mas não encaro ir pelo caminho que leva a porta, que esta trancada e que talvez precise de muito esforço para abri-la. Tem a segunda opção da casa com a nota musical pendurada na cerca, que talvez seja a opção pela arte, talvez a cerca possa ser de maneira figurada o aprendizado artístico.

A criança parece paralisada e olha perplexa para o que vê pela frente. Momento de decidir pra onde ir. Há também a opção, se conseguir transpor a casa “cara” tem um caminho que leva aos montes e a lua, simbolizando a poesia e a elevação do espirito. 

Mas fica uma pergunta: O que teria dentro desta casa trancada? O difícil aprendizado que nos dá o viver para ser igual a todos?

Enfim cria-se bastante indagações e reflexões nesta obra. Coloque a tua interpretação abaixo

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Jogo de opostos


Antagonismos ponta a ponta:
da horizontal a vertical
do sorriso a tristeza
do alaranjado ao violeta (cores opostas, complementares)
do fundo avermelhado ao primeiro plano (mesa) verde (complementar)
do claro ao escuro

terça-feira, 7 de julho de 2009

O Filicidio


Prédios, multidões, miséria, fome, ignorância...
Tudo muito assustador!
A vida sem valor.
Chegamos ao fim??!
Frieza, indiferença, banalização da vida.
Podemos fabricar mais uma criança...
É fácil fazer.
Qualquer problema se não der certo jogamos fora.
Não há outra saída,
As portas se abrem para lugares nenhum.
O espetáculo vai começar!
- Respeitável publico!
- Lá vai mais um...
...mais um,
Mais um condenado ao nada....!!!!!

Miguel Angelo Barbosa

Obs:
1- Só sobrou essa foto branco e preto, (1973), deste quadro.
2- Tema atual, há uns tres anos atrás (2006 + ou -) aconteceu isso no córrego do Retiro em Ribeirão Preto. Uma mãe jogou seu filho no córrego, embrulhado em um plástico.

Mãe...Florista

Os olhos contemplando longe. Além de meus ombros. Quem sabe o meu futuro... Quem sabe me imaginando hoje. Feliz por poucas e pequenas coisas. Também...! Amante da Natureza! Conhecedora da essência da vida. Sabia que o muito Não é nada, só é o, literalmente essencial. Artista do meu jardim existencial, me deu luz e me criou para toda eternidade. Oito botões que se abriram sete, os quais cultivavas como um lindo ramalhete de flores que ganhara do namorado em prova de todo amor. Quando criavas seus ornamentos florais com amor, carinho, trabalho e empolgação, me sentia como um deles em suas mãos de florista.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Pinga, Pinga, Pinga!

Invertitudo...
Como...?
O corpo bêbado e a garrafa vazia
É tão calma a noite...
Como?
Pinga !Pinga! Pinga!
Não é a bebida!
É o barulho do revolver de "faz de conta"
disparando na noite escura da praça.
O dedão é o gatilho.
Mas as mãos...?
Eram grandes...de artista!
Que obedeciam ao sensível bêbado Pinga-Pinga.
Voz grossa de negão de jazz:
-O, o, o, dá um papel aí.
-Pé-péra um pouco aí...
-Toma aí...
-Retrato ¾ ah,ah,ah, ah,ah!!1
Pa-pa-paga uma pinga aí!

Obs: 
Quem se lembra do Pinga-Pinga que sempre estava ali pelas paragens da Hedonê e Lanchorama? 
Era uma figura impar, que fazia caricaturas com muita facilidade. As vezes em troca pedia só pra pagar uma pinga.

Obra: "Pinga, pinga"- 1976 - Miguel Angelo
Técnica: pirogravura sobre madeira com betume e tinta a óleo
Miguel Angelo Barbosa

Pano de fundo

Olhem aqui da janela o mundo lá fora! Que lugar é esse? Eu não o pintaria assim. Ouçam que estranho o que os mais velhos estão dizendo. Guerras, destruição da natureza, conflitos religiosos. O mundo parece um lugar estranho. Quanto concreto! Noticia ruins todo o tempo! Muita gente desatinada! Senta aí, menina, Vou te contar histórias de abismo! Onde vive um poeta cercado Por pedras e pessoas frias, de concreto. Indiferentes. A morte de pano de fundo. Mas o sol nasce todos os dias Irmãos, vamos orar, amém! Oras! Miguel Angelo Barbosa Obs: Do sobrado da Floriano Peixoto avistava-se predios, telhados, ruas distantes, igrejas e o ceu

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Ainda: Ateliê da Juventude

Mundo fechado,
Amuado, colorido,
Separado.
A fuga para o insólito, o literário, o onírico.

Cavaleiro quixotesco a procura de aventuras imaginárias.
O céu conta lindas estórias pelas nuvens.

A terra, material, carnal, existencial: feito de pinceis, tintas, ...longos silêncios, musicas angelicais e estridentes.
Em tudo pode se enxergar o absurdo e o cômico,
Recorte de um tempo único, que pretendeu na tela e nas tintas ser eterno.

Miguel Angelo Barbosa

ATELIÊ DA JUVENTUDE

Este quadro é uma referencia ao o lugar que alojei meu ateliê quando jovem, era um quartinho no fundo da casa assobradada, espaço que meu pai construíra na varanda do fundo da casa, dividindo-a com um biombo de madeira, improvisando assim um espaço o qual me isolava do mundo . Por ser um sobrado e ficar mais alto, o céu estava sempre presente da visão do ateliê, motivo das nuvens; para esconder as paredes nuas de madeira pregava vários recortes de revistas, inclusive algumas de mulheres nuas, que na época descobriam apenas algumas partes; a cabeça de Van Gogh caída sobre a mesa era uma escultura em madeira que estava trabalhando; a escultura da grávida, ao centro, em branco, havia ganho de uma amiga, que por acidente deixei-a quebrar, para reparar o meu dano, coloquei-a no quadro; O quadro pendurado no céu era uma pirogravura entalhada na madeira, tendo o original, portanto apenas a cor de madeira queimada, no entanto na pintura ele cria a cor do real, a qual ele não tinha; o violão era objeto obrigatório e permanente assim como um aparelho de som marca Grudwing que tocava meus vinis da época; o gato surgiu do imaginário e o balão de gás com um rosto festivo indica o mundo de fantasias que vivia. Na verdade era meu lugar de imaginar e sonhar com a vida. Assim como no quadro, que possui uma certa atmosfera surreal, sonhadora. Era tanto investimento na parte subjetiva que muitas vezes a realidade e a fantasia se confundiam. Miguel Angelo Barbosa