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sábado, 26 de maio de 2018

sábado, 24 de março de 2012

INDISCRIÇÕES DO OLHAR - releitura visual do filme AMARCORD de Fellini

AMARCORD

A escolha de Amarcord para fazer uma releitura visual-conceitual foi motivada pela grande extensão de questionamentos humanos que o filme faz. A maneira italiana de encarar a vida esta muito enraizado no nosso modus vivendi, faz com que pensemos em nos mesmos. A infância, a família, a escola, a velhice, a politica, as brincadeiras, as festas, as mulheres, etc. A convivência em família e sociedade são vistos por Fellini de maneira jocosa, mas será que é só isso?  O ângulo focado por Fellini é a própria caricatura, a realidade é assim. O que nos mobiliza? Nossos anseios, nossas fraquezas, nossos instintos latentes por detrás do jogo das relações? A realidade é assim, não é esse repertorio de boas intenções que fundaram em nos pela educação que recebemos. Nossos impulsos, nossa vísceras em grande parte se impõe a nossa razão.
A maneira inédita também de Fellini fazer o roteiro do filme, onde a ordem cronológica é desprezada em virtude da ordem caótica da memória, que vai buscando no passado aleatoriamente as recordações no enredar das situações ou de acordo com o prazer do momento de quem esta recordando.
As várias cenas guardadas em sua memória transformadas em filme, são um misto do insólito do dia a dia dessa alma latina, que coloca as emoções a frente da logica e das convenções criadas pelos homens misturadas com fantasia, ou seja, a vontade desse mesmo homem de escapar dessa realidade crua, transformando-a em algo mais poético. Cenas como a do cego que toca incansavelmente  seu acordeom transformando-se numa maquina de gorjeios; do tio que sai do sanatório e vai com a família dar uma volta no sitio e não sai mais de cima da arvore pedindo por uma mulher; a perseguida Gradisca, uma balzaquiana de curvas perfeitas;  o nono quando sai à porta de casa numa manhã de forte nevoa, dando-se por perdido após poucos passos da porta de sua casa, fazendo-se sentir no mais absoluto nada: “nem gente, nem arvores, nem, pássaros, nem vinho!”, ao passar alguém pergunta desesperado: “onde estou”, o qual responde “na porta de sua casa” - A vida as vezes é essa nevoa e perguntamos onde estamos e o que estamos fazendo aqui, nos sentindo num vazio absoluto, fazendo-nos questionar nossas vidas. E muitas outras cenas que, de certa maneira, nos servem de espelho ao puxar nosso fio de recordações.

A proposta de releitura do filme foi feita para o grupo formado pelo Atelie Miguel Ângelo, que adotou o nome de YES ART e que nessa exposição apresentam trabalhos de Semiramis Rocha, Sonia Albulquerque, Francesco Segneri e Miguel Angelo.

Em exposição no Espaço Cultural Bauhaus a partir do dia 29 de março.
Rua Mariana Junqueira, 623 - Centro- Ribeirão Preto -SP







sábado, 10 de julho de 2010

Mona Lisa de Miguel Angelo

Essa ninguém tem, a de Leonardo da Vinci é  o normal, mas a de Miguel Angelo só a minha. Se o Louvre quiser comprar vou pensar. Depende da proposta.
Agora à sério: É apenas mais uma releitura feita por mim, há tantas por aí, que também quis sentir o gostinho. A assinatura (iniciais) mudou só pra esta obra, esta na manga da blusa dela à esquerda, no quadro, sendo seu braço direito. Apenas um MA emendado, disfarçado com as dobras da roupa

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Auto-retrato como Rapaz - Re-eu-mbrandt Van Rijn

Releitura da técnica e da pasticidade do claro-escuro de Rembrandt.
Baseado no "Auto-Retrato como Rapaz" de Rembrandt datado de 1683 - Pinacoteca de Munique


















Busquei fotos inda quando rapaz, e, misturando uma coisa com a outra

que feio


Sobrou isso

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O Sonho da Razão Produz Monstros - Goya


Quando a razão fica adormecida, como na época de Goya, ainda mais em Espanha (agravado pelo fanatismo religioso do século XVIII), produz monstros através de seus sonhos, caindo no caos e alienação da realidade, figurados na gravura acima do artista, na representação das aves noturnas de olhos arregalados que sabem caminhar nas trevas. 

Mas no caso quem dorme é o artista, não em seu leito mas sobre sua prancheta, onde essas bestas oníricas e irracionais incitarão o artista, quando acordar, a colocar no papel à espera (abaixo de sua cabeça deitada na figura). Sua consciência, entretanto, manteve-se alerta, representada na figura do lince (ao lado em baixo do lado direito), que é um animal conhecido por enxergar longe.

Nessa obra Goya representou-se rodeado pelos animais noturnos, os quais simbolizam esse estado da não-razão do século que vivia, e, ao mesmo tempo na figura do lince em estado de vigilia, animal que tem um alcance de visão muito superior em relação a todos os outros, a qual é capaz de perceber objetos e movimentos a uma distância muito grande, muito além...das trevas, simbolizando assim, sua consciência latente e sempre alerta, não cedendo, portanto, aos monstros da não-razão de sua época. 

Um século depois, Picasso também se auto-retratou em forma de um outro animal, a figura do touro de sua Guernica, dentro do contexto da Guerra Civil Espanhola, como idéia de resistência e força.

Fiz essas três releitura em homenagem a esse grande mestre do passado, onde alcançam no último deles a abstração quase que total. Aqui os monstros da ignorância se dissipam em um jogo de formas que se amontoam sobre a cabeça do artista que transformou-se em uma espiral, forma do tempo, infinito.

Miguel Aиgelo