"O incrédulo São Tomé" de Caravaggio |
A relação entre claros e escuros nos remete ao período da Historia da Arte do período Barroco, onde os artistas para atenderem aos pedidos da Contra-Reforma precisavam criar obras que impressionavam o expectador levando-o a uma santa comoção. Para tanto era montado toda uma cenografia em seus estúdio para engenhar suas obra. Aliás, há historiadores que atribuem o inicio da Arte Cenográfica nesse período. O que podemos constatar na obra de Caravaggio e Rembrandt van Rijn, entre outros.
"Elevação da Cruz"de Rembrandt |
Observem acima que os olhares dos personagens não cruzam com a cena, estão mirando fora do foco, isso demonstra que os modelos eram pintados individualmente
O uso do alto contraste: claro-escuro, foi muito oportuno pelos artistas, pois além de criar uma atmosfera emocional no resultado final do quadro, em muito ajudavam aos artistas na elaboração de seu trabalho. Apesar de terem à disposição os modelos de sua cena pictórica, esses não precisavam estar o tempo todo presentes, podendo alternarem-se de acordo com a necessidade.
Os retratos coletivos como “A Ronda Noturna”, "Aula de Anatomia", também desenvolveram-se assim. Sendo que na fixação do desenho inicial faziam todas as marcações dos campos de luz e sombra, o que facilitava muito a execução posterior da obra, sem precisar o modelo estar presente o tempo todo. Pois, a luz artificial do estúdio, fixa e focada no modelo em muito ajudava a criar esses campos de claro e escuro. o que os historiadores da arte deram o nome de pintura indireta, ou seja sem a presença direta do modelo. A obra era realizada em varias seções de pintura; tinta fresca sobre tinta seca; tinta "gorda" sobre tinta "magra"
Aula de Anatomia |
A ronda noturna |
Os Síndicos das Guildas |
Vemos uma tentativa de mudança da técnica em Frans Hals, onde percebemos pinceladas mais alla prima, ou seja, uma camada de tinta era aplicado sobre a outra antes de secar. Passando então, a uma maneira direta de pintar, ou seja, com o modelo presente no estúdio para terminar o retrato numa unica seção. Mas somente em meados do século XIX essa técnica se consagra, tornando-se uma escola, a Impressionista, onde os artista trabalham fora do estúdio com a luz natural mutante.
Observe a marca das pinceladas mais evidente nos retratos de Frans Hals
Texto de Miguel Angelo Barbosa
Se usá-lo colocar os créditos
Olá Miguel,
ResponderExcluirSeu blog é um livro de História da Arte...
Grafica e Editora nele!!!!
Miguel ótimo !
ResponderExcluirMiguel
ResponderExcluirÉ uma brilhante aula de história da arte.
Parabens!
Semiramis
Seu Blog é um dos mais exuberantes...
ResponderExcluirem Beleza e conteúdo
Cléo Reis
Caro Miguel,
ResponderExcluirSe o visual de seu blog já era ótimo, agora ficou ainda melhor, repaginado. O filete à guisa de moldura, nas ilustrações dos quadros, foi medida bastante providencial.
As novas matérias estão excelentes, especialmente a referente ao "claro-escuro", onde se destacam as figuras de Caravaggio (o lídimo criador do "chiaroscuro" - com um foco de luz, a meu ver, mais concentrado) e de Rembrandt, que, gênio tanto quanto Michelângelo Merisi (o inovador), levou a técnica ao extremo, com uma luz mais difusa e, nas obras tardias, quase diáfana e espiritualizada.
Parabéns, e continue brindando-nos com matérias da mais alta qualidade de conteúdo, forma e ilustração. Um forte abraço. Marcos Moreira
Bravo !
ResponderExcluirSonia
Muito bom mesmo! Adorei a explicação, muito fluida
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