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terça-feira, 26 de abril de 2011

Olhar de Ancião


Olhar de Ancião

Os ritmos da natureza
O ciclo do existir
O tempo corrosivo a todos os sonhos
O caminhar da vida
Avançando pelos horizontes

A ultima estância
Onde recostado a alta montanha
Se avista com o olhar da memória
As paisagens vencidas com suor, coragem e obstinação
Inerentes ao pulsar das veias da vida
O nobre entardecer da existência
Se descerra sobre a bravura do tempo de cada um
Assim somos e sempre seremos

Obra e poema produzido no Ano Internacional do Idoso (1999) para exposição temática no SESC - Ribeirão Preto, na mesma data.
Jogos de opostos nos dois eixos do quadro.
Os dois rostos se miram de cada lado da tela, formando no espaço negativo uma ampulheta simbólica entre as silhuetas e nesta, uma paisagem, onde em cima esta o céu (leveza, infância, juventude) em baixo a terra, (peso, velhice, tempo passado) como acontece de fato nas ampulhetas, a areia desce, marcando o tempo, quando toda pra baixo faz-se a a verificação do tempo decorrido. Entre os dois o sol (o fogo da vida), se pondo no horizonte, ou seja, sobre nossas andanças na terra.
O efeito da face do ancião foi feito com pasta acrílica e betume. O betume é uma resina fossil, que precisa do fator tempo para se formar. Na mesma face tem efeitos de bronze, que um metal usado para se fundir esculturas de bustos, efígies, etc, de grandes personagem, para homenageá-los.
Após muito tempo com essa obra no ateliê, um dia dando aula em Brodowsqui no Museu Casa de Portinari, tive como aluna a presidente do Clube da 3ª Idade, achei interessante ofertá-la em doação, pois ficaria no lugar certo. Foi aceito.
Passando pela terra de Candinho esses dias encontrei o Clube e lá estava a obra na parede, fiquei feliz de revê-la, não tinha nem sequer uma foto, tirando esta que publico agora.
(achado em meus guardados)

sábado, 16 de outubro de 2010

Há 40 anos atrás

 
Nova obra reencontrada do período das Pirogravuras. Dr Ricardo Cooper enviou-me a foto da obra que esta com ele à 40 anos completado agora. Mostra uma flor vencendo todos obstáculos para sair ao sol. Essa  e, a que a foto que a Cristina me enviou (postagens anteriores) são as únicas referências guardadas desse tempo.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Pirogravuras

Através do Facebook, com a Maria Cristina, colega de escola, dos tempos de "Otoniel Mota" consegui resgatar fotos de uma pirogravura de julho 1970 conforme datado na foto do verso aqui ao lado. Eu não tinha nenhuma referência dessa época, nem trabalhos nem fotos.
O nome inventado, estranhamente, "Desinteiro" faz referências às coisas no mundo, que estão em permanente processo de realização, de criação, estando, portanto, sempre em mudança, não completas, não inteiras, ou como o titulo coloca "desinteiras". O quadro mostra uma casa, a qual não aparece por completo na cena; um rosto na janela, pela metade; uma figura passando, que só se vê um pedaço da cabeça; uma veneziana da janela incompleta e a outra parte faltando um pedaço da madeira; uma árvore no primeiro plano que não aparece nem o tronco nem a copa inteiros; telhados que insinua-se só algumas partes; mesmo o reboco da casa falta alguns pedaços; dentro da casa uma porta interna só mostra um pedaço. Talvez o tema do casal esteja sugerindo um tempo que escapa sem se completar.

Obs: Há algum tempo atrás consegui uma foto de um outro trabalho dessa época, mas numa das formatações do computador se perdeu. Por isso que é bom essa historia de Blog. Ninguém vai formatar o site, né?!