Os ritmos da natureza
O ciclo do existir
O tempo corrosivo a todos os sonhos
O caminhar da vida
Avançando pelos horizontes
A ultima estância
Onde recostado a alta montanha
Se avista com o olhar da memória
As paisagens vencidas com suor, coragem e obstinação
Inerentes ao pulsar das veias da vida
O nobre entardecer da existência
Se descerra sobre a bravura do tempo de cada um
Assim somos e sempre seremos
Obra e poema produzido no Ano Internacional do Idoso (1999) para exposição temática no SESC - Ribeirão Preto, na mesma data.
Jogos de opostos nos dois eixos do quadro.
Os dois rostos se miram de cada lado da tela, formando no espaço negativo uma ampulheta simbólica entre as silhuetas e nesta, uma paisagem, onde em cima esta o céu (leveza, infância, juventude) em baixo a terra, (peso, velhice, tempo passado) como acontece de fato nas ampulhetas, a areia desce, marcando o tempo, quando toda pra baixo faz-se a a verificação do tempo decorrido. Entre os dois o sol (o fogo da vida), se pondo no horizonte, ou seja, sobre nossas andanças na terra.
O efeito da face do ancião foi feito com pasta acrílica e betume. O betume é uma resina fossil, que precisa do fator tempo para se formar. Na mesma face tem efeitos de bronze, que um metal usado para se fundir esculturas de bustos, efígies, etc, de grandes personagem, para homenageá-los.
Após muito tempo com essa obra no ateliê, um dia dando aula em Brodowsqui no Museu Casa de Portinari, tive como aluna a presidente do Clube da 3ª Idade, achei interessante ofertá-la em doação, pois ficaria no lugar certo. Foi aceito.
Passando pela terra de Candinho esses dias encontrei o Clube e lá estava a obra na parede, fiquei feliz de revê-la, não tinha nem sequer uma foto, tirando esta que publico agora.
(achado em meus guardados)