domingo, 4 de dezembro de 2011

Pintura indireta / Claro-escuro / Barroco

"O incrédulo São Tomé" de Caravaggio
A relação entre claros e escuros nos remete ao período da Historia da Arte do período Barroco, onde os artistas para atenderem aos pedidos da Contra-Reforma precisavam criar obras que impressionavam o expectador levando-o a uma santa comoção. Para tanto era montado toda uma cenografia em seus estúdio para engenhar suas obra. Aliás, há historiadores que atribuem o inicio da Arte Cenográfica nesse período. O que podemos constatar na obra de  Caravaggio e Rembrandt van Rijn, entre outros.
Judite Decapitando Holofernes - Caravaggio
"Abraham e Isaac"de Rembrandt
 "Elevação da Cruz"de Rembrandt
Observem acima que os olhares dos personagens não cruzam com a cena, estão mirando fora do foco, isso demonstra que os modelos eram pintados individualmente


O uso do alto contraste: claro-escuro, foi muito oportuno pelos artistas, pois além de criar uma atmosfera emocional no resultado final do quadro, em muito ajudavam aos artistas na elaboração de seu trabalho. Apesar de terem à disposição os modelos de sua cena pictórica, esses não precisavam estar o tempo todo presentes, podendo alternarem-se de acordo com a necessidade. 

Os retratos coletivos como “A Ronda Noturna”, "Aula de Anatomia", também desenvolveram-se assim. Sendo que na fixação do desenho inicial faziam todas as marcações dos campos de luz e sombra, o que facilitava muito a execução posterior da obra, sem precisar o modelo estar presente o tempo todo. Pois, a luz artificial do estúdio, fixa e focada no modelo em muito ajudava a criar esses campos de claro e escuro. o que os historiadores da arte deram o nome de pintura indireta, ou seja sem a presença direta do modelo. A obra era realizada em varias seções de pintura; tinta fresca sobre tinta seca; tinta "gorda" sobre tinta "magra"

Aula de Anatomia

A ronda noturna
 Os Síndicos das Guildas
Vemos uma tentativa de mudança da técnica em Frans Hals, onde percebemos pinceladas mais alla prima, ou seja, uma camada de tinta era aplicado sobre a outra antes de secar. Passando então, a uma maneira direta de pintar, ou seja, com o modelo presente no  estúdio para terminar o retrato numa unica seção. Mas somente em meados do  século XIX essa técnica se consagra, tornando-se uma escola, a Impressionista, onde os artista trabalham fora do estúdio com a luz natural mutante.





Observe a marca das pinceladas mais evidente nos retratos de Frans Hals


Texto de Miguel Angelo Barbosa
Se usá-lo colocar os créditos 

7 comentários:

  1. Olá Miguel,
    Seu blog é um livro de História da Arte...
    Grafica e Editora nele!!!!

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  2. Miguel
    É uma brilhante aula de história da arte.
    Parabens!
    Semiramis

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  3. Seu Blog é um dos mais exuberantes...
    em Beleza e conteúdo
    Cléo Reis

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  4. Caro Miguel,

    Se o visual de seu blog já era ótimo, agora ficou ainda melhor, repaginado. O filete à guisa de moldura, nas ilustrações dos quadros, foi medida bastante providencial.
    As novas matérias estão excelentes, especialmente a referente ao "claro-escuro", onde se destacam as figuras de Caravaggio (o lídimo criador do "chiaroscuro" - com um foco de luz, a meu ver, mais concentrado) e de Rembrandt, que, gênio tanto quanto Michelângelo Merisi (o inovador), levou a técnica ao extremo, com uma luz mais difusa e, nas obras tardias, quase diáfana e espiritualizada.
    Parabéns, e continue brindando-nos com matérias da mais alta qualidade de conteúdo, forma e ilustração. Um forte abraço. Marcos Moreira

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  5. Muito bom mesmo! Adorei a explicação, muito fluida

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