quarta-feira, 8 de julho de 2009

Desta fase, postada abaixo, recebi este comentário do Pedro Manuel (1978)

“Miguel Angelo Barbosa”.
A imagem reconstruída como um símbolo
Para quem olhar pela primeira vez a obra de Miguel Ângelo Barbosa, bem provavelmente a impressão resultante será a de um moço à procura de seu caminho, influenciado pelo estilo de vários artistas, entrosados com as poéticas expressionista, fauvista, e principalmente cubista. Klee, Chagall, Modigliani e Picasso são os inspiradores evidentes desta procura realizada numa seqüência fecunda de trabalhos.
Entretanto um contacto maior com seus quadros revela algo de diferente. Mais do que o reflexo da obra dos grandes sobre sua pintura, (que indiscutivelmente existe), assistimos à expressão conduzida por instancias presentes nas personalidades de Klee e Chagall.
Estes artistas, embora inspirados por aspectos mágicos e simbólicos da vida, não desprezam soluções cubistas. Apenas estas soluções nascem mais da necessidade de elaborar e coordenar metáforas sem a seqüência espacial exigida pelos sentidos no espaço euclidiano. Em outras palavras, pela necessidade de apresentar imagens que não se relacionam numa seqüência de espaço e de tempo igual a que somos acostumados a experimentar. E dado que o cubismo nasce da exigência de representar, de uma vez, mais experiências, diferente exigências, como a de Klee e a de Picasso, por exemplo leva a manifestações formais parecidas. Assim a procura de coordenar metáforas ou imagens diferentes numa mesma composição, aproxima a pintura de Miguel Angelo Barbosa ora a de Picasso, ora a de Klee ou a de Chagall. Este é o fio condutor que se esconde debaixo das varias manifestações.
Mais do que um moço à procura de uma linguagem, entre as oferecidas pelas poéticas do começo do século, estamos diante de uma linguagem que, correspondendo à uma necessidade interior, está à procura de uma organização espacial adequada, e nesta elaboração assume formas diferentes, sofrendo interferências, mas penetrando no centro do problema.
As variações em sua pintura não nascem de uma experiência externa e dispersiva, mas surgem dos desvios naturais num artista que persegue o encontro do mundo com a própria subjetividade. Daí decorrer que quanto mais subjetivos melhores são os quadros de MIGUEL ANGELO BARBOSA.
Pedro Manuel

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