domingo, 21 de junho de 2009

Comentários de Pedro Manuel Gismondi em relação a esta fase

MIGUEL ANGELO
Este nome preformador, como um mito antigo, é uma realidade de hoje que se está afirmando como expressão cultural, na arena densamente povoada de Ribeirão Preto. Sua atividade na coesão da classe dos artistas plásticos de nossa cidade é cada vez mais respeitada e eficaz. Seu conhecimento dos métodos e recursos que os pintores usaram nos últimos séculos o distingue dos seus colegas e fazem de suas aulas uma atividade original. Entretanto, sua realização artística merece uma atenção maior, pela singularidade que ultrapassa os possíveis gostos
de cada um. .
O rítmo sufocante de verdadeira catadupa de formas que deslizam umas sobre as outras, como as vagas de água nas enxurradas provocadas pelas tempestades, são orquestradas por uma gramática cubista na composição de figuras, cujo conjunto forma um quebra-cabeças polivalente, do qual surgem grandes formas que sugerem referências com árvores, lobos, feras, homens, e amarram a composição.
Até aqui, ficamos apenas nas estruturas quase racionais, apesar de serem fantásticas. Há, porém, que se considerar o uso da cor que valoriza o quadro, no aspecto propriamente pictórico das faturas, das texturas, que vão além do racional, do calculável, do estritamente pessoal, do insubstituível, do poético, onde a alma mareia e uma cor ou uma luz dificilmente podem ser justificadas, mas descobrem a morada da arte com seu mapa de tons, valores, definições ou evasões.
Pedro Manuel (1996)

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